E se tudo aquilo que te contaram não for a VERDADE? IMPERIO TERRA III - 2ª REVISÃO em Progresso

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

«(...)quando se lembrava da loucura que cometeram ao enfiarem-se num veículo de resgate com 300 anos de idade, que não sabiam se funcionava, sabendo que tudo o que fosse electrónico se desligaria assim que tocassem na atmosfera de Artem. Parecia que ainda ouvia o som descendente dos motores a desligarem-se, os ecrãs e as teclas dos comandos a apagarem-se... Depois a luz azul daquele mundo invadira o exíguo Cockpit, as suas mãos apertaram as de Ladrego, e o nariz do artefacto enclinara-se abruptamente na direcção de Artem puxado pela força gravítica que o fazia estremecer à medida que acelerava. Lembrava-se, momentos antes da bola em tons de laranja e púrpura ter envolvido o artefacto, de ter ainda olhado, em jeito de despedida, para as estrelas do firmamento, pensado que voltara a fazer asneira – um último e derradeiro erro. Foram escassos os eternos segundos que sacudiram as entranhas dos seus corpos até chegarem à baixa atmosfera de Artem. Era noite e a enorme Lua iluminava os céus arrepelando o mar em ondas de grande altura. Só quando avistaram as falésias da ilha se aperceberam da enorme velocidade a que iam, e quando o casco da nave foi levantado por uma daquela ondas imensas temeram o pior... Mas fora isso que lhes permitira chegar a Artem sem se esmagarem nas arribas, embora não lhes tivesse poupado a uma aterragem catastrófica: o solo rasgara o casco da nave como se nada mais fosse do que uma lata de conserva; os detritos do chão foram sugados em ricochete para o interior do artefacto; os vidros não resistiram à trepidação que o artefacto lançado pelo chão sofria e acabaram explodindo em milhares de fagulhas acutilantes. Finalmente pararam, a escassa distância daquela enorme montanha que os levara até ali, deixando um rasto negro e fumegante ao longo daquela planície enorme, um trilho que se perdia de vista e que terminava nos restos contorcidos e enegrecidos da nave, que deixaram para trás como de uma história há muito esquecida se tratasse, mas reconheciam como símbolo do sacrifício que um mundo estava a fazer para auxiliar outro.»

in Império Terra II: Guerra da Pirâmide, pág. 250, by Paulo Pinto Fonseca

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