«(...)A porta fora estraçalhada como se não passasse de um pedaço de cartão. O vulto de um homem avantajado estava recortado na entrada na cabana e parecia olha-la ansioso sem se mover.
Larnac, espantada com a violência daquela entrada, caíra do banco onde se sentara e arrastara-se pelo chão poeirento até à outra extremidade da cabana. Apesar de estar escuro, porque o corpanzil do homem não deixava entrar nenhuma luz pela porta rebentada, Larnac olhava em redor procurando alguma coisa com que se pudesse defender. Com redobrada atenção inventariava mentalmente tudo aquilo que via: o banco, a escassa distância dela; a mesa, ao meio da cabana; um pedaço longo e grosso de madeira, que poderia ter sido a perna de algum móvel, a um canto do seu lado esquerdo; o próprio pó do chão, lembrou-se ao tactea-lo com a mão, poderia cega-lo momentaneamente...
O homem cruzou a distância que os separava com uma rapidez surpreendente para alguém do seu tamanho. Larnac viu-se erguida no ar por duas mãos fortes e grosseiras que a agarravam pelos ombros e a mantinham a meio metro do chão prontas a esmagarem-na.»
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