E se tudo aquilo que te contaram não for a VERDADE? IMPERIO TERRA III - 2ª REVISÃO em Progresso

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Lisboa, 25 de Outubro de 2029; Algures... 17h21m15s


«Era escuro, cheirava a bafio, e estava meio deitado sobre o que lhe parecia ser um divã. Havia uma luz ténue, que com esforço identificou como sendo de um candeeiro a gás, depositado em cima de uma caixa de madeira, ao fundo, do lado esquerdo.
Apercebeu-se depois de um som vindo do lado direito. Assemelhava-se ao som da água remexida: um ligeiro borbulhar, depois bátegas caíam desordenadamente, e por fim o som de água corrente a cair de uma altura média, e silêncio…
Virou suavemente a cabeça e no outro canto, sob a luz fraca, viu a figura sensual de uma mulher. De costas para ele, segurava sob a nuca os longos cabelos negros com a mão esguia, enquanto a outra passeava um pano molhado pela pele morena clara, deixando-a luzidia, acariciando as sinuosas curvas em esse. Deveria ter aproximadamente a sua altura, estava despida, o que se compreendia face ao calor, e banhava-se suavemente, como se tratasse de um ritual: inclinava-se sobre a tina improvisada, que deveria ter sido um recipiente metálico qualquer, e sem dobrar as pernas, o que lhe permitira perceber que estava em boa forma física, mergulhava de novo o pano na água. Era alguém que praticara seriamente desporto, pela forma como a musculatura se evidenciava, mas que não o fizera insensatamente, porque era extremamente feminina. Molhou demoradamente o pano na água, e depois ergueu-se repentinamente e torceu-o sobre a cabeça com ambas as mãos e com os braços bem esticados, deixando que a água jorrasse sobre si.»

in Trilogia Império Terra, O Princípio, pág. 41

Sem comentários: