«E envolvida por aquele fascínio infantil, que legitimava todos os comportamentos loucos, resolveu que tinha de mergulhar naquelas águas; sentir o revigorante borbulhar da pequena cascata refrescante na sua pele cansada… Tirou a cota de malha, espetou a lança no chão com vigor, despiu o manto cinzento e a roupa que tinha por de baixo, e fez o seu corpo ebúrneo e sensual resvalar nas águas tranquilas. Entregou-se à satisfação do desejo arrebatador que inexplicavelmente sentira, e naquele momento não quis saber da guerra nem da morte. Esqueceu-se do Oráculo e dos Awi, expulsou os fantasmas dos amigos e magos que jamais voltaria a ver, e deixou-se embalar nos braços tonificantes do Urm. Nadou suavemente até ao ponto mais profundo da lagoa, e, inspirando longamente, deixou-se afundar olhando o sol tremeluzente que se afastava lentamente na superfície até nada mais ser do que uma estrela distante… »
in, Império Terra: Guerra da Pirâmide, pag.147
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